traces the genesis of prosperity theology through Quimby, Mary Baker Eddy, William Kenyon, Kenneth Hagin and Kenneth Copeland 1(112-115)
"Como se vê, a Teologia da Prosperidade conservou as características gnósticas presentes naquelas doutrinas que lhe são precursoras em seu desenvolvimento. Reivindicar poderes mágicos ou mentais sobre a realidade física e entender isso como inerente a uma natureza divina que se detém e precisa, por algum tipo de procedimento mental ou religioso, ser recuperada integralmente são ingredientes básicos de qualquer doutrina gnóstica. O que, porém, torna a Teologia da Prosperidade popular no universo evangélico parece não ser tanto os argumentos teológicos que lhe dão sustentação e suas características gnósticas, mas sim as receitas pragmáticas por ela produzidas para a resolução dos problemas do aqui e do agora." 2(115)
"No Brasil, a Teologia da Prosperidade mostra-se presente de duas formas distintas no universo evangélico: como doutrina teológica central de algumas denominações e como crença difusa que pode ser assumida total ou parcialmente por indivíduos isolados, independentemente de serem aceitas ou não pelas denominações a que esses indivíduos pertençam."3 (117)
"No primeiro caso, trata-se de uma presença dessa doutrina em denominações ...“neopentecostais” ...Entre as igrejas que mais se destacam dentro dessa categoria estariam a Igreja de Nova Vida, a Igreja Universal do Reino de Deus, a Igreja Internacional da Graça de Deus, a Igreja Renascer em Cristo e a Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra,... Em algumas dessas igrejas brasileiras fazem-se notar alterações autóctones na forma como essa doutrina é utilizada. Exemplo disso é a utilização de referências a entidades espirituais de religiões afro-brasileiras para nomear, com cores locais, os demônios que obstacularizariam a obtenção de “bênçãos” pelos crentes...Outro aspecto autóctone é a ênfase acentuada que se dá nessas igrejas brasileiras à necessidade de o crente estar obrigado a fazer doações às igrejas para demonstrar sua fé a Deus e assim se habilitar a receber suas “bênçãos”. Esse aspecto de “habilitação através da oferta”, embora não totalmente ausente nos livros dos “profetas da prosperidade” norte-americanos, parece ser mais enfatizado pelos pregadores das igrejas neopentecostais locais do que o é nos Estados Unidos, merecendo inclusive livros que tratam especificamente deste assunto"4 (117-118)
"É verificável, contudo, que um número expressivo de crentes evangélicos mesmo não estando vinculados às igrejas neopentecostais empregam em seus discursos, aberta ou implicitamente, pacífica ou relutantemente, partes ou a totalidade da argumentação teológica contida nessa doutrina para atribuir significados a determinadas práticas, percepções ou posturas experimentadas em seus cotidianos. a Teologia da Prosperidade, mesmo que combatida ferrenhamente por críticos no interior do próprio universo evangélico, parece estar conseguindo através de adoções individualizadas e fragmentadas penetrar e se instalar silenciosamente ao menos naquela cultura evangélica que existe por cima das denominações e que é uma zona de difícil controle eclesiástico. A característica assumida por ela nesse processo de penetração difusa parece ser a de uma “mentalidade” mais do que de uma doutrina teológica estruturada e maciça. ... E é dessa maneira pragmática, “desteologizada”,que podem estar sendo absorvidos princípios da Teologia da Prosperidade. Além disso, como se tratam de livros, ou seja, produtos de consumo individual e que são lidos privadamente, a absorção dos conteúdos se dá longe do controle da congregação e do pastor, o que certamente contribui para uma menor cautela teológica e um maior “reflexivismo individual”, uma maior lliberdade de consciência em relação à “tradição”."5
1AL Jungblut, 'O Evangelho New Age: Sobre a gnose evangélica no Brasil na visão de seus detratores', Civitas 6:2 (2006), 101–121, 112–115.
2AL Jungblut, 'O Evangelho New Age: Sobre a gnose evangélica no Brasil na visão de seus detratores', Civitas 6:2 (2006), 101–121, 115.
3AL Jungblut, 'O Evangelho New Age: Sobre a gnose evangélica no Brasil na visão de seus detratores', Civitas 6:2 (2006), 101–121, 117.
4AL Jungblut, 'O Evangelho New Age: Sobre a gnose evangélica no Brasil na visão de seus detratores', Civitas 6:2 (2006), 101–121, 117–118.
5AL Jungblut, 'O Evangelho New Age: Sobre a gnose evangélica no Brasil na visão de seus detratores', Civitas 6:2 (2006), 101–121, 118–119.
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