"Revela que, entre tais efeitos, destacam-se a adoção de modelos de gestão de cunho empresarial, a centralização da gestão administrativa e financeira, a concentração do poder eclesiástico, a profissionalização dos quadros ministeriais, o uso de estratégias de marketing e de métodos heterodoxos de arrecadação, a fixação de metas de produtividade para pastores e bispos, a minimização e o abandono de práticas ascéticas e sectárias, a adaptação dos serviços mágicoreligiosos aos interesses materiais e ideais dos fiéis e virtuais adeptos."1 (111-112)
"A secularização do aparato jurídico-político constitui processo histórico decisivo na formação das sociedades modernas ocidentais. A separação Estado–Igreja, que no Brasil ocorre concomitantemente com o advento do regime republicano, não só faz parte desse processo de secularização como o impulsiona."2 (112)
In Brazil, break of the monopoly of the Catholic Church; increase of the competition between religions, pluralism 3(112)
"Com efeito, há maior liberdade religiosa no Brasil do que na França. Que o digam as “seitas” do país de Voltaire."4 (113)
"No caso brasileiro, a situação pluralista e concorrencial consolidou-se tão-somente na segunda metade do século XX, mais de meio século depois da separação Igreja-Estado. Desde então a lógica de mercado passou a orientar as ações organizacionais, religiosas e proselitistas de vários grupos religiosos, sobretudo de certas denominações pentecostais. O que não significa que essa lógica predomine atualmente sobre o conjunto das igrejas pentecostais.....observa-se que diversas igrejas desse movimento religioso –muito diversificado internamente nos planos institucional, organizacional e teológico, na composição social de seus membros e na sua relação com a cultura e a sociedade abrangente – se baseiam em princípios, tradições, doutrinas e práticas dissociados, em boa medida, dos imperativos do mercado religioso. Apesar disso, várias igrejas pentecostais, no afã de superar a concorrência religiosa e de atingir metas evangelísticas as mais ambiciosas, vêm perseguindo essa lógica. Algo que pode ser observado já na adoção que, nas últimas décadas, elas vêm fazendo de um modelo de organização e gestão denominacional de molde empresarial, cujo efeito é acentuar ainda mais a concentração e verticalização do poder eclesiástico e a centralização administrativa e financeira. Organização e gestão pouco compatíveis com governos eclesiásticos congregacionais, que, além de descentralizados e, em teoria, democráticos, costumam facultar grande autonomia religiosa e administrativa às lideranças e comunidades locais."5 (115)
, a Universal, não só adota governo eclesiástico episcopal como é comandada com mão de ferro por Edir Macedo. Um de seus bispos e fundadores, deputado federal Carlos Rodrigues (PL/RJ), admite tranqüilamente que o governo eclesiástico da Universal “é uma ditadura”. O que não o constrange nenhum pouco. Pois, para ele, “democracia dentro da igreja não funciona”" "6(116)
"Embora líderes da Assembléia de Deus definam seu governo eclesiástico como congregacional, na prática os pastores presidentes de ministérios concentram enorme poder clerical e centralizam a administração e os recursos das congregações sob sua jurisdição" 7(116)
denies that Pentecostal churches involve democratization; e.g. restricted role of women; yet accepts that they are less elitist in their leadership structure 8(116-117)
sees the Renascer em Cristo church as an example of the use of business models, and quotes Hernandes description of the church as "uma empresa no mercado" and his background and wide use of marketing9 (117-118)
commenting on R. Alves' critique of Pentecostalism in the 1970s "A despeito das críticas de Alves a esse grupo religioso, tal como Monteiro, ele aponta a emergência de algo até então absolutamente inédito no campo religioso brasileiro: o início da transformação de pequenas seitas pentecostais, mal organizadas e desprovidas de corpo burocrático, em empresas produtoras de bens de salvação, administradas segundo a lógica do mercado. Fenômeno que Monteiro associa à difusa influência da expansão capitalista sobre o próprio funcionamento e organização dessas instituições religiosas."10 (118)
quotes various authors who describe the Universal using business metaphors 11(119-120) "Como se pôde observar, os pesquisadores referem-se à Universal como empresa e holding, cujas atividades empresariais7, mercantilistas e de marketing, além de objetivarem a defesa de seus interesses organizacionais e religiosos, visam ao lucro e, para alguns, resultam em exploração financeira e, na esteira disso, proporcionam enriquecimento ilícito dos responsáveis pela gestão e comercialização dos serviços e produtos mágico-religiosos." 12(120)
"No caso específico da Igreja Universal, pode-se afirmar, resumidamente, que sua organização empresarial, liderada por um governo episcopal centralizado em seu fundador e bispo primaz, se baseia na concentração da gestão administrativa, financeira e patrimonial, na formação de quadros eclesiástico e administrativo profissionalizados, na adoção de estratégias de marketing, na fixação de metas de produtividade para os pastores locais, num eficiente e agressivo mecanismo de arrecadação de recursos, num pesado investimento em evangelismo eletrônico, empresas de comunicação e noutros negócios que orbitam em torno de atividades da denominação, na abertura de grandes templos e na provisão diária, metódica e sistemática de elevada quantidade de serviços mágico-religiosos." 13(121)
links prosperity theology in many churches to the need to finance teleevangelism14 (121-122) link to questionable money making methods15 (122)
1R Mariano, 'Efeitos da secularização do Estado, do pluralismo e do mercado religiosos sobre as igrejas pentecostais', Civitas 3:1 (2003), 111–125, 111–112.
2R Mariano, 'Efeitos da secularização do Estado, do pluralismo e do mercado religiosos sobre as igrejas pentecostais', Civitas 3:1 (2003), 111–125, 112.
3R Mariano, 'Efeitos da secularização do Estado, do pluralismo e do mercado religiosos sobre as
igrejas pentecostais', Civitas 3:1 (2003), 111–125, 112.
4R Mariano, 'Efeitos da secularização do Estado, do pluralismo e do mercado religiosos sobre as
igrejas pentecostais', Civitas 3:1 (2003), 111–125, 113.
5R Mariano, 'Efeitos da secularização do Estado, do pluralismo e do mercado religiosos sobre as
igrejas pentecostais', Civitas 3:1 (2003), 111–125, 115.
6R Mariano, 'Efeitos da secularização do Estado, do pluralismo e do mercado religiosos sobre as
igrejas pentecostais', Civitas 3:1 (2003), 111–125, 116.
7R Mariano, 'Efeitos da secularização do Estado, do pluralismo e do mercado religiosos sobre as
igrejas pentecostais', Civitas 3:1 (2003), 111–125, 116.
8R Mariano, 'Efeitos da secularização do Estado, do pluralismo e do mercado religiosos sobre as
igrejas pentecostais', Civitas 3:1 (2003), 111–125, 116–117.
9R Mariano, 'Efeitos da secularização do Estado, do pluralismo e do mercado religiosos sobre as
igrejas pentecostais', Civitas 3:1 (2003), 111–125, 117–118.
10R Mariano, 'Efeitos da secularização do Estado, do pluralismo e do mercado religiosos sobre as
igrejas pentecostais', Civitas 3:1 (2003), 111–125, 118.
11R Mariano, 'Efeitos da secularização do Estado, do pluralismo e do mercado religiosos sobre as
igrejas pentecostais', Civitas 3:1 (2003), 111–125, 119–120.
12R Mariano, 'Efeitos da secularização do Estado, do pluralismo e do mercado religiosos sobre as
igrejas pentecostais', Civitas 3:1 (2003), 111–125, 120.
13R Mariano, 'Efeitos da secularização do Estado, do pluralismo e do mercado religiosos sobre as
igrejas pentecostais', Civitas 3:1 (2003), 111–125, 121,
14R Mariano, 'Efeitos da secularização do Estado, do pluralismo e do mercado religiosos sobre as
igrejas pentecostais', Civitas 3:1 (2003), 111–125, 121–122.
15R Mariano, 'Efeitos da secularização do Estado, do pluralismo e do mercado religiosos sobre as
igrejas pentecostais', Civitas 3:1 (2003), 111–125, 122.
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