Wednesday, 21 May 2008

Lehmann 2

sobre as favelas no Rio de Janeiro, onde os gangsters inspiram medo e as únicas figuras respeitadas são os pastores, muitos deles antigos traficantes: até os pistoleiros os respeitam.” 1


Reflects on social capital within religious institutions and the ambivalent role of greater internal participation (raising SC) and hierarchical structures and isolation from the outside (reducing SC)2


e os evangélicos têm uma tendência a se fechar e reforçar suas comunidades, mas a não envolver-se com o resto da sociedade,”3

as igrejas evangélicas são organizadas diferentemente de outros tipos de igreja, como nota Putnam, e diferentemente também do modelo padronizado de associação cívica. A autoridade tende a estar concentrada em um indivíduo que não está sujeito às decisões tomadas pela participação: ele, ou ocasionalmente ela, é, afinal de contas, um líder carismático no sentido forte, ou ao menos literal, do termo, e se o pastor perde a confiança dos fiéis, estes fecham as carteiras e vão embora. Os fiéis pagam seus dízimos, mas eles não designam o pastor.”4

Todavia, entre evangélicos e fundamentalistas, embora as bases locais da lealdade possam dar uma aparência de democracia, o pastor centraliza a liderança religiosa e administrativa e nele repousa toda a importância da autoridade financeira. Os pastores pentecostais das pequenas igrejas retêm o

controle e, freqüentemente, a posse dos estabelecimentos, e as doações são feitas direta ou indiretamente a eles, para pagar seus salários. Até mesmo na vasta Igreja Universal do Reino de Deus, de origem brasileira, com seus milhões de fiéis em todo o mundo e seu gerenciamento altamente centralizado, não está ainda claro se a posse do seu canal de televisão, TV Record, é da igreja ou de ser líder, Edir Macedo”5


As igrejas oferecem redes sociais enquanto amarram seus conversos em uma rede de obrigações e submetem-nos à autoridade pessoal dos pastores.”6

As igrejas evangélicas podem criar capital social para seus seguidores, mas o estilo de autoridade e a importância das igrejas na consolidação das barreiras sociais entre seus membros e “o mundo”, ou “o mundo das trevas”, como costumavam dizer meus entrevistados brasileiros, agem contra suas chances de criar capital social para os outros. De fato, é possível que exista algum tipo de teto quantitativo para a expansão desses movimentos em coletividades dadas: vale a pena notar que em nenhum lugar na América Latina os evangélicos ultrapassaram a marca dos 20%, embora o teriam feito houvessem eles mantido as taxas de expansão que estavam conseguindo nas décadas de 1980 e 1990.”7

1D Lehmann, 'A Milagrosa Economia da Religião um Ensaio sobre Capital Social.' Horizontes Antropológicos 13:27 (2007), 6998, 71.

2D Lehmann, 'A Milagrosa Economia da Religião um Ensaio sobre Capital Social.' Horizontes Antropológicos 13:27 (2007), 6998, 7279.

3D Lehmann, 'A Milagrosa Economia da Religião um Ensaio sobre Capital Social.' Horizontes Antropológicos 13:27 (2007), 6998, 73.

4D Lehmann, 'A Milagrosa Economia da Religião um Ensaio sobre Capital Social.' Horizontes Antropológicos 13:27 (2007), 6998, 73.

5D Lehmann, 'A Milagrosa Economia da Religião um Ensaio sobre Capital Social.' Horizontes Antropológicos 13:27 (2007), 6998, 74.

6D Lehmann, 'A Milagrosa Economia da Religião um Ensaio sobre Capital Social.' Horizontes Antropológicos 13:27 (2007), 6998, 94.

7D Lehmann, 'A Milagrosa Economia da Religião um Ensaio sobre Capital Social.' Horizontes Antropológicos 13:27 (2007), 6998, 9495.

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