“sobre as favelas no Rio de Janeiro, onde os gangsters inspiram medo e as únicas figuras respeitadas são os pastores, muitos deles antigos traficantes: até os pistoleiros os respeitam.” 1
Reflects on social capital within religious institutions and the ambivalent role of greater internal participation (raising SC) and hierarchical structures and isolation from the outside (reducing SC)2
“e os evangélicos têm uma tendência a se fechar e reforçar suas comunidades, mas a não envolver-se com o resto da sociedade,”3
“as igrejas evangélicas são organizadas diferentemente de outros tipos de igreja, como nota Putnam, e diferentemente também do modelo padronizado de associação cívica. A autoridade tende a estar concentrada em um indivíduo que não está sujeito às decisões tomadas pela participação: ele, ou ocasionalmente ela, é, afinal de contas, um líder carismático no sentido forte, ou ao menos literal, do termo, e se o pastor perde a confiança dos fiéis, estes fecham as carteiras e vão embora. Os fiéis pagam seus dízimos, mas eles não designam o pastor.”4
“Todavia, entre evangélicos e fundamentalistas, embora as bases locais da lealdade possam dar uma aparência de democracia, o pastor centraliza a liderança religiosa e administrativa e nele repousa toda a importância da autoridade financeira. Os pastores pentecostais das pequenas igrejas retêm o
controle e, freqüentemente, a posse dos estabelecimentos, e as doações são feitas direta ou indiretamente a eles, para pagar seus salários. Até mesmo na vasta Igreja Universal do Reino de Deus, de origem brasileira, com seus milhões de fiéis em todo o mundo e seu gerenciamento altamente centralizado, não está ainda claro se a posse do seu canal de televisão, TV Record, é da igreja ou de ser líder, Edir Macedo”5
As igrejas oferecem redes sociais enquanto amarram seus conversos em uma rede de obrigações e submetem-nos à autoridade pessoal dos pastores.”6 “
As igrejas evangélicas podem criar capital social para seus seguidores, mas o estilo de autoridade e a importância das igrejas na consolidação das barreiras sociais entre seus membros e “o mundo”, ou “o mundo das trevas”, como costumavam dizer meus entrevistados brasileiros, agem contra suas chances de criar capital social para os outros. De fato, é possível que exista algum tipo de teto quantitativo para a expansão desses movimentos em coletividades dadas: vale a pena notar que em nenhum lugar na América Latina os evangélicos ultrapassaram a marca dos 20%, embora o teriam feito houvessem eles mantido as taxas de expansão que estavam conseguindo nas décadas de 1980 e 1990.”7
1D Lehmann, 'A Milagrosa Economia da Religião um Ensaio sobre Capital Social.' Horizontes Antropológicos 13:27 (2007), 69–98, 71.
2D Lehmann, 'A Milagrosa Economia da Religião um Ensaio sobre Capital Social.' Horizontes Antropológicos 13:27 (2007), 69–98, 72–79.
3D Lehmann, 'A Milagrosa Economia da Religião um Ensaio sobre Capital Social.' Horizontes Antropológicos 13:27 (2007), 69–98, 73.
4D Lehmann, 'A Milagrosa Economia da Religião um Ensaio sobre Capital Social.' Horizontes Antropológicos 13:27 (2007), 69–98, 73.
5D Lehmann, 'A Milagrosa Economia da Religião um Ensaio sobre Capital Social.' Horizontes Antropológicos 13:27 (2007), 69–98, 74.
6D Lehmann, 'A Milagrosa Economia da Religião um Ensaio sobre Capital Social.' Horizontes Antropológicos 13:27 (2007), 69–98, 94.
7D Lehmann, 'A Milagrosa Economia da Religião um Ensaio sobre Capital Social.' Horizontes Antropológicos 13:27 (2007), 69–98, 94–95.
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