"Os movimentos religiosos do tipo pentecostal são um fenômeno dos mais importantes dos últimos vinte anos, tanto na América Latina quanto na África subsaariana (Cox, 1995). Circulam, através das fronteiras, fórmulas e rituais: aleluia, milagre, libertação dos demônios, bênção. Eles circulam através de redes e de mídias transnacionais, mas circulam também por meio de uma multiplicidade de pontos que atravessam frequentemente as fronteiras de uma maneira menos global, mas não menos concreta (Corten; Marshall-Fratani, 2000). Estas fórmulas e estes rituais compõem as chaves da tradução dos imaginários políticos uns nos outros."1 (152)
" Os movimentos religiosos do tipo pentecostal possuem uma linguagem de louvor, de entusiasmo e de descontração contrária à linguagem de sacrifício, de obrigação e de seriedade frequentes na concepção tradicional do cristianismo. A reza é um lazer e não uma tarefa. A adoração é um prazer antes de ser um dever. Nesta linguagem, podemos observar uma sintaxe diferente da sintaxe do trabalho e do “fazer” do “espírito capitalista”. 2(152)
"Esta linguagem do louvor evolui com a evolução do pentecostalismo. Com a cura divina, o exorcismo e a prosperidade, a linguagem pentecostal continua a expandir o seu trabalho de tradução dos imaginários políticos. A cura divina é comandada por um discurso de abertura (à Jesus) e de louvor." 3(153)
"Com efeito, ao invés de insistir no papel do “fazer” que é a tarefa de espantar os demônios, no discurso pentecostal, somos “libertados”. Estávamos possuídos, nos libertamos. Não há nesta operação transformação de si mesmo; redescobrimos o nosso próprio ser que estava possuído por forças estranhas. Mais globalmente, a guerra espiritual consiste em retomar o que Jesus libertou com a sua morte." 4(153)
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"Encontramos nesses movimentos ingredientes vindos da “bruxaria”, da devoção católica popular, do discurso moderno sobre a medicina, do gnosticismo modernizado do tipo auto-ajuda, das técnicas de comunicação “de massa”, de organizações burocráticas centralizadas, do marketing político," 5(155)
1A. Corten, 'O Pentecostalismo Transnacionalizado no Contexto Teológico-Político', Horizontes Antropológicos Volume 7 Issue 15 (July 2001), 149–160, 152.
2A. Corten, 'O Pentecostalismo Transnacionalizado no Contexto Teológico-Político', Horizontes Antropológicos Volume 7 Issue 15 (July 2001), 149–160, 152.
3A. Corten, 'O Pentecostalismo Transnacionalizado no Contexto Teológico-Político', Horizontes Antropológicos Volume 7 Issue 15 (July 2001), 149–160, 153.
4A. Corten, 'O Pentecostalismo Transnacionalizado no Contexto Teológico-Político', Horizontes Antropológicos Volume 7 Issue 15 (July 2001), 149–160, 153.
5A. Corten, 'O Pentecostalismo Transnacionalizado no Contexto Teológico-Político', Horizontes Antropológicos Volume 7 Issue 15 (July 2001), 149–160, 155.
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