Friday, 16 May 2008

Gouveia

"Nas grandes cidades, destaca Barbero (Barbero 1997 : 216-217), o medo tomou conta de seus habitantes, fazendo com que todos procurem se proteger da violência urbana, se aprisionando no interior dos espaços domésticos. A tensão e a violência, cada vez mais, expulsam seus moradores das ruas. A realidade espinhosa das grandes cidades que desprezam, cada vez mais, as possibilidades do amor, do sonho, dos prazeres partilhados, fortalece, por contraste, os desejos de vivenciar a comunidade imaginária do acolhimento.Como a possibilidade de realizar o imaginado torna-se, cada vez improvável, os habitantes dessas cidades procuram, cada vez mais, a televisão para lhes fazer companhia, para amenizar suas angustias e solidão. A forte utilização da mídia eletrônica para definir os espaços das relações sociais, presentes nessas cidades repleta de diferenças étnicas, raciais e religiosas com diversos cultos e rezas, passa a impor uma nova visão ao tratamento da territorialidade do sagrado Pentecostal. Nesse contexto, a televisão surge como a mais nova aliada dos Pentecostais, que atuam nos espaços urbanos."1

1EH Gouveia, 'Entre o Templo e a Televisão: Comunidades Eletrônicas de Consolo', NURES 1:1 (2005), http://www.pucsp.br/nures/revista1/, 5.

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