Friday 8 August 2008

Cerveira

On referring to evangelical identity, makes the important point concerning competition amongst evangelicals.(30)1
“Acreditamos, porém, que podemos perceber no campo evangélico brasileiro alguns elementos que vieram se somar a outros elementos no processo de fortalecimento da noção de indivíduo no Brasil. O mais importante, e que de alguma maneira determina outros fatores, é que as igrejas evangélicas são em sua grande maioria, por opção teológica e necessidade sociológica, conversionistas.” (34)2
“Seriam os sem religião alimentados pela “porta dos fundos” das igrejas evangélicas?” (36)3
“Essa ênfase, já destacam os autores citados, permite inferir que o crescimento evangélico esta associado com o processo de modernização e na medida em que se alimenta simultaneamente reforça o processo de desenraizamento e individualização típicos de uma sociedade secularizada.” (37)
“O Brasil,....poderia ter passado por um reforma da igreja nacional...sobretudo no Brasil do século XIX. Nesse século o padroado, o regalismo do imperador e de diversos líderes católicos, baseado na doutrina conhecida como galicismo, e o jansenismo de importantes setores do clero estavam alinhados em projeto que incluía a separação efetiva da igreja nacional da autoridade da Sé Romana, aliada ao desejo de reformas que incluíam desde o fim do celibato clerical a elementos teológicos muito próximos à vertente protestante (Vieira, 1980). As esperanças de reforma dos jansenisatas aliados às pretensões regalistas acabaram, entretanto, frustradas pelo processo de fortalecimento do clero ultramontano e pelo golpe final, a própria proclamação da República. A separação entre Estado e Igreja Católica acabou possibilitando à Santa Sé liberta das amarras do padroado romanizar a Igreja católica brasileira em um movimento de cima para baixo, no qual as tendências galicistas e jansenistas foram finalmente derrotadas e o catolicismo “popular” enquadrado. Se a reforma da igreja não se efetivou como pretendiam os jansenistas, a influência desses durante a segunda metade do século XIX foi fator importante para a tolerância e até mesmo o aparato jurídico que em muito contribuiu para a entrada do protestantismo no Brasil. A amizade do Padre Diogo Feijó com o missionário americano Fletcher é apenas um exemplo do clima que possibilitou a entrada do protestantismo no Brasil (Ribeiro, 1973).” (40-41)4
“Por outro lado, no meio pentecostal, houve uma predominância do discurso “crente não se mete na política.” A exceção do fundador da Igreja Brasil Para Cristo apenas confirma a regra, sobretudo quando os futuros líderes da mesma igreja reforçarão que a decisão de entrar na política era uma posição pessoal e institucional.” (44-45)5
“A postura evangélica durante o golpe de 1964, e mesmo no período autoritário, tem como cenário a própria guerra fria e as questões relativas à liberdade de culto.” (46)
“A igreja Presbiteriana, a título de exemplo, ficou famosa por sua caça aos comunistas dentro da própria Igreja e seminários, com notícias de entrega dos próprios membros à repressão (Araújo, 1976). O jornal Batista suspendeu seus artigos sobre responsabilidade social e se desencadeou um processo de aproximação com o regime que culminou com o convite ao Pastor Nilson do Amaral Fanini, um dos maiores líderes denominacionais na época, para cursar a ESG.” (46)6

S Cerveira, “Protestantismo Tupiniquim, Modernidade e Democracia: limites e tensões da(s) identidade(s) evangélica(s) no Brasil contemporâneo” Revista de Estudos da Religião 1 (2008) 27–53.

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